No acto de varejar as oliveiras estreia o ritual de criar o “ouro líquido”. Molhar o pão no azeite, receber o sabor da tradição. Brindar as nossas alegrias com o vinho sagrado que nos aquece o coração.
Adoçar a nossa vida com o que a natureza nos dá, com um fio de mel, com o sabor da fruta nas compotas e marmeladas, com as estórias da nossa doçaria. Enriquecer a nossa mesa com os paladares regionais, que se sentem nas morcelas, nas farinheiras, nos chouriços, nas azeitonas, no presunto…
Comungar com os nossos pastos verdejantes através dos nossos queijos genuínos.
É nestes pequenos gestos que se descobre os gostos da terra.
O Azeite
“Os azeites do Ribatejo são azeites ligeiramente espessos, frutados, com cor amarelo ouro, por vezes, ligeiramente esverdeados”.
Produto da árvore que simboliza a paz, a sabedoria, a abundância e a glória, nasce o “ouro líquido”, assim considerado o azeite pelos fenícios. Há vestígios do cultivo da oliveira com mais de 6 mil anos, no entanto os árabes foram os grandes impulsionadores desta cultura. É também originária desse povo a palavra azeite, “Al-zait” que significava “sumo de azeitona”.
O azeite é um produto extremamente rico, dado às suas funcionalidades serem inúmeras. Os gregos e os romanos, para além da utilização na dieta alimentar, usavam-no como combustível para iluminação, lubrificante de utensílios agrícolas, unguentos, impermeabilização de tecidos e como medicamento.
Em Portugal, a presença da oliveira remonta à Idade do Bronze, porém, a expansão do seu cultivo por todo o país dá-se entre os séc. XV e XVI. Mas nos séc. XII e XIII, os reis portugueses já referenciavam o azeite em forais. A região já, nessa época, era considerada um dos principais centros produtores desse notável “ouro líquido”.
No Ribatejo Interior, a cultura da oliveira “beneficiou de notável incremento ao longo dos séculos XIII a XVI.” O Livro de Posturas de Abrantes continha referências específicas aos olivais e regulamentava a sua protecção. “A tríade mediterrânica, cereal, vinha e oliveira era uma constante nesta região.” Em 1460, os procuradores da vila de Abrantes “evocavam um costume antigo”, segundo o qual “por aqui haver muito azeite e pescados pessoa alguma não levasse carrega de azeite nem pescado senom trouxesse carrega de pam ou doutra alguma mercadoria.”
Hoje, as características do azeite, no nosso País, diferem de região para região, devido a uma perfeita simbiose entre o microclima e a variedade de azeitona cultivada. No Ribatejo, a azeitona é, predominantemente, “galega”. É colhida madura, dando origem a um azeite redondo e de sabor de fruta doce.
Onde Encontrar |
Espaço “Cá da Terra” Centro Cultural Gil Vicente | Sardoal
Funcionamento: 3ª a Sábado.: 10h30»12h30 e 14h»19h
Tel: 241 851 144 | Email: cadaterra.sardoal@gmail.com | Facebook: https://www.facebook.com/sardoalcadaterra
Loja “Camões com Sabor”
Casa Santos Costa, Rua Alexandre Herculano | Constância
Funcionamento: 5ª a Dom.: 10h00»13h00 e 14h00»18h00 (encerra no último fim-de-semana de cada mês)
Tel: 962 134 857 | 249 730 052 | Email: camoescomsabor.constancia@gmail.com | Facebook: https://www.facebook.com/camoescomsabor.constancia
Welcome Center Abrantes
Edifício do Mercado Diário, piso -3, Esplanada 1º de Maio | Abrantes
Horário de Funcionamento: 2ª a 6ªfeira:10h»19h | Sáb., Dom. e Feriados: 10h»13h e 14h»19h – encerra nos dias: 01 de janeiro, Domingo de Páscoa, 1 de maio e 25 de dezembro.
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